O programa é quase um laboratório social, no qual se experimenta unir indivíduos que aparentemente vivem em extremos. Tem de tudo: rico, pobre, negro, branco, malandro, travesti, evangélico, macumbeiro etc. Todos abertos ao desconhecido, celebrando as diferenças, brindando o desigual. Todos realmente afim.
É por essas e outras que é fácil gostar do "Esquenta". Tem churrasco na laje, mas também tem coquetel de madame. Muitos se enxergam porque são representados. Apesar disso, poucos têm vontade de viver dessa forma. Alguns sequer iriam a uma festa com este propósito (o que não chega a ser nenhum pecado). Afinal, no dia a dia é difícil não achar que um garoto negro com o cabelo loiro é bandido; não torcer o nariz para as "néns" e seus mais variados estilos; não chamar um cara rico de egoísta mesmo sem conhecê-lo; não se considerar superior a quem comete um erro de concordância; não dizer que os olhos claros de uma mulher lhe garantiram sucesso, ignorando sua trajetória.
Acredito que a pretensão da apresentadora vai além do simples entretenimento. E como hoje é o Dia da Mentira, devo dizer: Regina é de verdade. Sua sede por transformação é algo raro de se ver dentro e fora da TV. Mesmo nadando contra a maré, ela não está sozinha. Um dia - quem sabe? - a gente chega lá.
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