Inspirado no texto ao lado, trecho do livro "Passaporte", de Fernando Bonassi, eu diria que malas são cartas de alforria, prisões fechadas a zíper, reservatórios de alegria, esconderijos de tristeza; carregam e são carregadas, deixam para trás e são deixadas, podem parecer cheias estando vazias ou vice-versa; malas levam segredos, abrem-se e fecham-se como corações; há quem perca malas como se perde a vida, mas há também os que encontram nelas um sentido para continuar; malas podem ser vistas como companhia, ou atestado de solidão; podem conter o pouco da riqueza ou o tudo da pobreza; podem fazer desistir ou continuar; podem transbordar ou esvaziar como um rio, e, como tal, simplesmente levar; malas podem ser vistas como meras malas ou como nós, meros passageiros carregadores de malas.
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