quarta-feira, 24 de abril de 2013

O reencontro

Há algumas semanas, reencontrei um velho conhecido pelas ruas do Centro do Rio. Ele usava roupas surradas, estava descalço e mais magro. O sorriso era o mesmo. Demorou um pouco para me reconhecer, mas pareceu feliz ao perceber que tinha uma história - ou pelo menos que alguém se lembrava dela. Tentou mostrar que estava tudo bem, mas os dedos queimados, aparentemente pelo uso de alguma droga, indicavam sua real situação. O menino com nome de escravo, que gostava de jogar bola e fazer palhaçada na hora do recreio da escola, se tornou mais um notável ser invisível. Embora tenha o visto, nada fiz. E a vida continua (pra quem?).

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